FEIRA NO CENTRO OFERECE DE TUDO PARA PINTURA POR MAURO MUG
Tudo começou há quase dez anos, com o uruguaio Aldo Abir, de 69 anos.
Expulso pela Prefeitura da Praça da República, pois vendia tela para pintura, ele estabeleceu seu negócio em frente de um prédio, próximo da esquina da praça com a Rua Marquês de Itu. "Quis aproveitar o movimento de centenas de pessoas que iam até um galpão no fim da rua, onde muitos artistas exibiam seus trabalhos", conta.
No dia em que chovia, Abir era obrigado a colocar os produtos, da marca Aldo, dentro de sua velha Kombi, uma das poucas coisas salvas de um incêndio que destruiu sua pequena fábrica em Itaquera, na zona leste, há dois anos. "Perdi mais de 500 telas", diz. Depois do ocorrido, sua marca mudou para Fênix.
Para que as vendas não caíssem nos dias mais chuvosos, ele conseguiu montar seu negócio em frente da Drogaria Caxopa e passo a se abrigar sob o toldo do estabelecimento.
Abir vende uma média de 800 telas, dos mais variados tamanhos, a cada domingo.
"Elas são feitas com madeiras tratadas, secas e reciclas", informa. "Não envergam, querendo 'sair da parede', como aquelas feitas de madeiras verde". Ele conta com ajuda de três funcionários para atender à clientela.
Por um bom tempo, essa foi a única banca do local. Mas seu sucesso atraiu outros vendedores, como Nadia Fareleski, de 48 anos. Ao lado das telas de Abir, ela montou um tabuleiro com tubos de tintas, pincéis e removedores. "Os negócios prosperaram e agora montei uma barraca", explica.
